Não se passa um dia sem que questione a justeza ou a necessidade desta passagem pelo mundo. Um esgar aberto a provocar com cores berrantes os poucos instantes perfeitos, um gorgolejo bebido a preto-e-branco num casebre de juncos onde apenas brilhe um pequeno altar, já podre, ainda que revestido a talha-dourada. Aquele verso que fala dos risos das crianças dos outros apenas lhes maquilha os uivos e os zurros, a reprodução é uma farsa e a continuidade uma traição ao destino de qualquer espécie que saiba reconhecer que, fazendo mais mal que bem, o melhor é desaparecer.
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Alguém com uma fé religiosa poderia dizer-te a razão de existirmos e o sentido para a vida. Tenho pena, mas não o consigo repeti-la com convicção. Sei que há momentos bons e maus; sei que há momentos em que a vida explode alegremente e outros em que um apocalipse parece tardar.
ResponderEliminarAposto naquilo que me dê paz...
Abraço!
Socrates, creio que saberás que a única razão que me levou a não ter medo de me alargar neste post foi ter vindo na sequência da nossa conversa anterior… Ou seja, achei que, caso o lesses, o irias ligar a esse “desabafo”. De resto, tê-lo feito sem algo que lhe servisse de ponto de partida teria sido ainda mais gratuito e irreflectido. Mas foi-o, sem dúvida. Há que pensar mais antes de escrever, com medos ou sem eles. Abraço de volta.
ResponderEliminarQuando ali digo que há que pensar mais antes de escrever, refiro-me a mim, obviamente. Abraço!
ResponderEliminarArion,
ResponderEliminarEmbora na conversa referida, eu não me tenha alargado sobre tudo o que penso sobre este tema, não imaginas o como este teu post diz coisas que me passam tantas vezes pela mente. É um dos meus medos. Dos grandes.
Só tenho que te agradecer por ampliares o assunto de uma maneira tão bem escrita. Levando em conta o teu comentário posterior, também aprecio a tua preocupação pela susceptibilidade que eventualmente eu poderia ter ao abordares o tema.
És um fixe! Abraço.